País pode ter 100% de ocupação de voos nacionais no final do ano

O secretário nacional de Aviação Civil, Ronei Glanzmann, disse aos deputados da Comissão de Turismo da Câmara que espera a recuperação total da ocupação dos voos nacionais entre dezembro e janeiro. Mas isso, segundo ele, deverá ser acompanhado de alta das passagens. A audiência foi marcada para discutir uma possível compra da Latam pela Azul, mas as autoridades do governo disseram que as empresas ainda não sinalizaram nada neste sentido.

Ronei disse que a Latam tem afirmado publicamente que não está à venda; embora a Azul, segundo ele, diga que está interessada na compra. O representante da Agência Nacional de Aviação Civil, Sérgio Leitão, disse que a ANAC não precisa mais analisar fusões e aquisições de maneira prévia desde 2019, quando foi aprovada lei que liberou o uso de capital estrangeiro nestas mudanças.

Ricardo de Castro, do Conselho Administrativo de Defesa Econômica, explicou que o órgão analisa, de maneira prévia, os efeitos para a concorrência deste tipo de mudança; mas também afirmou que ainda não é o caso. Ele informou que Gol, Latam e Azul têm, cada uma, pouco mais de 30% do mercado. E, que entre 1994 e 2017, o CADE analisou 99 mudanças societárias na aviação civil, aprovando 68% delas.

Sobre as tarifas, o secretário Ronei Glanzmann disse que a ocupação atual dos voos nacionais é de 80% do nível anterior ao da pandemia. Ele disse que as tarifas já estão bem maiores por causa da alta do dólar e dos combustíveis; mas disse que a demanda também deve aumentar:

“Como ninguém está podendo voar para fora, está todo mundo voando para dentro... Na alta temporada, isso potencializa. A família que ia para Miami, agora está indo para Maceió, Fortaleza, Jericoacoara.... Então a gente deve ter de fato uma retomada de preços aí. Importante o passageiro ficar atento no seu processo de compra e antecipação de compra das suas viagens de alta temporada, principalmente”.

Ronei explicou que a média das tarifas durante a pandemia chegou a R$ 350, o que seria um piso histórico. Mas o deputado Eduardo Bismarck (PDT-CE), que solicitou a audiência, disse que está havendo um exagero agora:

“Hoje para você, a título de exemplo, comprar uma passagem Brasília-Fortaleza, você facilmente encontrará para daqui a 15 dias passagens a R$ 2 mil uma perna. É um valor exorbitante para o cidadão comum, mais do que um salário mínimo. E dificilmente encontrará abaixo de R$ 1 mil”.

O deputado pediu mais esforço do governo no incentivo à aviação regional com aviões de pequeno porte. Ronei Glanzmann respondeu que o governo já investiu R$ 2,5 bilhões no setor. Ele também disse que defende a volta da isenção de Imposto de Renda para o leasing de aeronaves. E concordou com os deputados sobre a necessidade de manutenção da isenção de IPI e de Imposto de Importação para peças de aeronaves, o que pode ser modificado pelo projeto da segunda fase da reforma tributária (PL 2337/21).

Rádio Câmara

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